sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Será que o nosso destino está nas mãos do nosso DNA?

Este é um tema que gosto particularmente de falar. E talvez um dos que fale mais nas minhas consultas e com os meus amigos. 

A ciência tem-nos demonstrado o quanto são importantes os nossos genes. E quanto é que é complicado falar e estudar esta área da genética (todos iguais, todos diferentes). 






 Mas quer isto dizer que todo o nosso destino está nas mãos deles (genes)? 


NÃO NECESSARIAMENTE.

De forma resumida, nós temos olhos azuis, cabelos loiros ou castanhos, altos e baixos, porque os nossos pais nos passaram esses genes, mas em relação a nossa saúde ou as nossas doenças, é um bocadinho mais complicado, óbvio que recebemos através dos nossos familiares (pais, avós e bisavós) determinados genes, mas também recebemos influências externas, como o stress do dia a dia, o ambiente que estamos inseridos (poluição) e claro, o estilo de vida que levamos (alimentação e exercício físico). 

Podemos então dizer que podemos influenciar (positivamente ou negativamente) a forma como os nossos genes se expressam, modificando o seu destino genético. 

O segredo está no epigenoma, ou seja, o mecanismo que responde aos sinais ambientais e depois "liga" ou "desliga" os genes, intensificando ou reduzindo a sua atividade. 

A epigenética (o estudo deste mecanismo), mostra que a maior parte dos genes têm uma determinada predisposição e que, embora não possamos mandar no nosso DNA, podemos controlar a forma como este se comporta. 



Por isso, podemos concluir que o nosso destino não está nas mãos do nosso DNA, mas nas nossas mãos. 


Curiosidade: Muito se tem falado do poder dos vegetais e da fruta contra o cancro e doenças crónicas. Mas recentemente um estudo liderado pela McMaster University, no Canadá, foi um bocadinho mais longe. Revelou, que esse tipo de alimentação saudável tem um efeito benéfico também para quem tem uma predisposição genética para doenças cardiovasculares. Depois, de estudarem 27 mil pessoas, de 52 países, os investigadores concluíram que o risco genético e o historial familiar podem ser modificados. 


Catarina Lopes 

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